Você sabia?

Contos de fadas ou pesadelos?
A verdade por trás da fantasia da história da "Bela e a Fera"
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A sacanagem, a libertinagem, a promiscuidade, enfim...é um tema pertinente a natureza humana...




PIETRO ARETINO

Nasceu na Itália em 1492 e faleceu em 1556. Escritor, poeta e dramaturgo; autor de "Diálogo das Prostitutas". Conhecido no seu tempo pelo nome de "secretário do mundo".
Viveu num estado de liberdade jamais conferido a outro homem de sua época. De forma ousada e pouco convencional para os padrões literários desse período, atacou nobres e clérigos, de tal maneira, que ficou conhecido na história pelo alcunha "Flagelo dos Príncipes".
Filho de sapateiro com uma prostituta, iniciou a aprendizagem dos mestres de pintor e de encadernador de livros. Este último ofício, ao colocá-lo em contacto com produtores literários, estimulou a sua própria produção de versos, que gradualmente se foram notabilizando pelo estilo incisivo, cínico e pouco moral.
Protegido e respeitado pelos nobres, escreveu:

  • Cartas (1537-1557), o registro da vida cultural e política de sua época;
  • Juízos (1534), analisa a instituição cortesã como um fenômeno de prostituição física e moral e como efeito típico de uma sociedade em crise.

Por incrível que possa parecer o Papa Leão X lhe garantia uma vida de rei. Chegou ao fim da vida, em 1556, com um tesouro acumulado que se estima ter ultrapassado o milhão de florins.

Eis alguns de seus sonetos:

Soneto 01

Mais que sonetos este livro aninha,
Mais que éclogas, capítulos, canções.
Tu, Bembo ou Sannazaro, aqui não pões
Nem líquidos cristais e nem florinhas.

Marignan madrigais não escrevinha
Aqui, onde há caralhos sem bridões,
Que em cu ou cona lépidos dispõem-se
Como confeitos dentro da caixinha.

Gente aqui há que fode e que é fodida.
De conas e caralhos há caudal
E pelo cu muita alma já perdida.

Fode-se aqui com graça sem igual
Alhures nunca assaz reproduzida
Por toda a jerarquia putanal.

Enfim loucura tal
Que até dá nojo essa iguaria toda
E Deus perdoe a quem no cu não foda.


Soneto 02 

Aqui toda relíquia se desfruta -
Caralho horrendo, cona resplendente.
Aqui vereis fazer alegremente
O seu ofício muita bela puta.

Na frente, atrás, em valerosa luta,
E a língua a ir de boca a boca, ardente
- Sucesso mais lendário certamente
Que os feitos de Morgante ou de Marguta.

Que notável prazer não tereis tido
De ver a cona ou o cu nessa apertura,
Em modos incomuns de ser fodido.

E como o vaso do odor se satura
Da pimenta ou rapé ali retido
(O mesmo que a espirrar nos apressura),

Cuidado haveis de ter,
A bordo da barquinha de foder,
Com esse odor que o sátiro conjura.


Soneto 03

Para gozar Europa, em boi mudou-se
Jove, pelo desejo compelido,
E em mais formas bestiais, posta no olvido
A sua divindade, transformou-se.

Marte perdeu também aquele doce
Repouso a um Deus somente consentido.
Por seu muito trepar foi bem punido,
Qual rato que na rede embaraçou-se.

Este que ora mirais, em contradita,
Podendo, sem perigo, a vida inteira
Trepar, a cu nem cona se habilita.

Pois isso, que é sem dúvida uma asneira
Inaudita, solene, verdadeira,
Nunca mais neste mundo se repita.

Insossa brincadeira!
Pois não sabes, meu puto, que é malsão
Fazer boceta e cu da própria mão?


Soneto 04

Este caralho é mais do que um tesouro!
É o bem que pode me fazer feliz!
Este sim é que é bem de Imperatriz!
Vale esta gema mais que um poço de ouro!

Acode-me, caralho, que eu estouro!
Vê se encontras o fundo da matriz;
Um caralho pequeno se desdiz
Quando na cova quer guardar decoro.

Estás dizendo a verdade, ó mulher,
Quem caralho pequeno em cona enfia
Merece, de água fresca, um bom clister.

Esses devem foder cu, noite e dia.
Já quem o tem, como eu, brutal, feroz.
Somente na boceta se sacia.

Sim, é verdade, mas
O caralho nos dá tanta alegria
Que nossa gula o quer na frente e atrás.


Soneto 05 

Põe-me um dedo no cu, velho pimpão,
Mete-lhe dentro o pau, mas sem afogo;
Levanta bem a perna, faz bom jogo,
Depois mexe, mas sem repetição.

Por minha fé, isto é melhor ração
Do que pão com alho e óleo junto ao fogo;
Se a cona te desgosta, muda logo.
Há homem que não seja um mau vilão?

Na cona hei de foder-te boa data
De vezes, pois em cona ou cu entrando,
O pau faz-me feliz e a ti beata.

Quem quer ser mestre é louco e é tolo quando
Por alheios prazeres malbarata
O tempo em que devia estar trepando.

Pois finda-te, esperando
Num palácio, que o tal morra, senhor
Cortesão, que eu sacio meu ardor.


Estamos falando do século XVI, de um período histórico controlado pela igreja e com uma lista de pecados gigantesca, então ler estes sonetos e apreciar as gravuras de Giulio Romano (1524) que consistem numa série que ilustram várias posições sexuais é impressionante. As gravuras causaram tumulto na Roma papal e os "criminosos" tiveram de fugir.
Foram destruídas onde quer que os puritanos as encontrassem, apenas sobrevivendo cópias em madeira, redescobertas em 1928.

Editora Cia da Letras
107 páginas


2 comentários:

Anônimo disse...

Lembro bem que quando eu tinha de 12 para 13 anos descobri no teto do guarda-roupa de casa um livreto com vários desenhos do Kama-Sutra!! Achei tudo lindo!!! Até então não sabia nada de sexo... E até hoje não sei se aquilo pertencia a mamãe ou a papai. Bjsssss. Lu.

Edileine Carvalho disse...

Oi Lu, meu linda. Na verdade descobrir o sexo nas figuras do Kama-Sutra é incrível. Todas as ilustrações são fantásticas (mas impossíveis de sere repetidas. Bjs