quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O QUE ACONTECEU????

 Tentei retomar o blog em 2020 e até achei que daria conta, mas a pandemia, o isolamento, as perseguições no trabalho, as reuniões online intermináveis, a perda de 1/3 do salário, o stress e não sei mais o que foi minando minhas forças de tal maneira que desisti "um pouco" de tudo.
Estou aqui para mais uma tentativa de retomar minha vida e meus pensamentos. Pensamentos que mudaram tanto que nem de longe sou a mesma pessoa. Tenho novas certezas e novas dúvidas. 
No trabalho assumi, meio que naturalmente, um posição de liderança para manter nossos empregos e direitos, comprei brigas coletivas que nem sempre foram bem interpretadas.
Me arrependo? 
Nunca!
Fiz aquilo que minha consciência indicava, defendendo quem me apoiava e quem me atacava.
Por que sou boazinha?
Não!
Mas porque acredito que todos merecem respeito e não é correto que um grupo que se ache superior tente diminuir, humilhar ou destruir o grupo considerado inferior. Termos apenas indicativos de uma sociedade doente e mesquinha. 
O passado construído com certeza tem seus erros mas as atitudes sempre estarão em consonância com seu tempo e seu contexto social, histórico e humano. Cada um faz o que pode com os recursos que lhe estão disponíveis no momento, especialmente professores. Desconstruir um passado para se vangloriar do presente que você participa e no mínimo patético, uma leitura anacrônica daquilo que você não viveu e portanto não pode condenar imediatamente.
A pandemia e o isolamento social me mostrou a mesquinhez e a arrogância de uma pseudo elite acadêmica, como também me mostrou como aquele que esta submetido se amedronta diante do poder e se converte.
Os medos são reais, não questiono isso. Mas até onde devemos ceder nossa integridade por eles.

 



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

MULHERES E SEUS PACTOS

Nunca critiquei minha mãe sobre minha criação, muito pelo contrário. Aqui mesmo, no Blog, sempre elogiei sua força,  a liberdade que deu à minhas escolhas e como respeitou cada uma delas. Mas hoje tenho uma crítica, uma reflexão.
Aqui em casa somos 3 mulheres ( Eu, mãe e irmã) e sempre fomos nós 3 até quando havia meu pai. Sempre planejamos juntas, tomamos decisões juntas, dividimos tudo: problemas, medos, dúvidas, dívidas, decisões, tudo; sem que isso tirasse de cada uma sua liberdade de escolha. As vezes, só o que rolava era e é o apoio, até mesmo para fazer merda.
Um PACTO de lealdade, de respeito, de amor.
O problema (sim, existe um problema) é que esse pacto criou em mim a falsa ilusão de que esse era o modelo ideal de convivência. O meu modelo de uma relação de companheirismo onde tudo se fala, tudo se dividi, tudo se compartilha. Ledo engano! Esse é o modelo da minha família. É assim que nós somos. 
Busquei em outras relações de amizade e amorosas construir esse pacto e não consegui, porque essa era minha visão de mundo e de mais ninguém. Não sou melhor que ninguém por causa disso, apenas cresci nesse modelo de ajuda mútua. Onde ser sincera foi o máxima.
Me lembro de contar pra minha mãe quando deixei de ser virgem como se contasse de ter ido ao cinema; não tive medo, vergonha, receio, porque sabia que seria acolhida e ela sabia que eu tinha escutado todos os seus conselhos sobre prevenção e respeito próprio. Sempre foi assim para tudo. 
Nas relações amorosas gostaria muito de encontrar um companheiro ao invés de um marido. (Não preciso de marido!) Um companheiro de vida, pra dividir tudo: anseios, projetos, dúvidas, dívidas, sonhos, sem que cada um perdesse sua identidade. Mas enquanto eu sabia que isso era possível, o outro se achava invadido, criticado, roubado em suas escolhas. Tudo bem! Dói, mas sobrevivesse! A questão é que contínuo sem precisar de um marido! 
Não sei se é possível um PACTO de lealdade, respeito e amor com um homem! Não sei se é possível um PACTO de companheirismo entre os sexos! Não sei se existe um casamento assim! 
Na minha família há laços muito maiores que o amor.
Somos mulheres! Somos bruxas! 



quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

MULHERES ( e homens) QUE DETESTAM A VERDADE

Eu acho hilário alguns comentários das redes sociais referente a verdade. Em sua maioria o que se lê é que as pessoas que dizem a verdade ou são sinceras são mal educadas, são agressivas, etc. Que sinceridade demais pode vir travestida de ataques ao direito do outro, blá blá blá... 
Se a verdade incomoda tanto, o que as pessoas desejam é a mentira? A mentira doce que vem disfarçada mas que açúcara o ego de quem escuta. A mentira que satisfaz suas necessidades, que embasa seus pensamentos, seus argumentos. Que não fragiliza suas verdades rasas. 
Desculpem, mas eu prefiro a verdade que me machuca mais que me põe diante da realidade de atitudes, dos sentimentos, das ações, da vida real. Não quero perder meu tempo construindo e desconstruindo impressões.
Uns dos meus lemas de vida (Esse é o mesmo a décadas) é que falo a verdade por que mentir dá muito trabalho. Preciso ficar lembrando o que disse e como disse para cada pessoa que cruzar. Ficar atenta para não cair em contradição. Isso é um saco! Mando logo a verdade e fico livre. Por que falar a verdade é libertador!
Ah se os mentirosos soubessem disso.
A verdade é libertadora em si mesma, ela não te condena, não te pune, não te diminue... Por pior que ela seja.
Mas os mentirosos - alguns são crônicos - temem a verdade por que temem o julgamento. Outros temem a verdade simplesmente por que não querem ser contrariados. 
Existe a mentira necessária? Algumas pessoas defendem que sim.
Porque  contar a verdade sobre uma doença terminal de um marido à esposa, quando estão juntos a 50 anos e o sofrimento vai ser perigoso? Porque contar a mãe que fumou seu primeiro cigarro de maconha, se foi o primeiro e último? Porque contar que você ficou no bar com os amigos ao invés do trabalho para esposa que ficou em casa cuidando dos filhos? Poucos exemplos para se evitar um mal maior?
Seria, se a mentira não tivesse pernas curtas, como diz o ditado. Nenhuma mentira que envolve outra (s) pessoa (s) está protegida. E a descoberta da mentira é mil vezes pior que a própria mentira.
Porque é TRAIÇÃO. Traição de confiança, traição de responsabilidade, de relação, de atitude. E o traidor é, geralmente, egoísta. Ele se relaciona consigo, com seus desejos, com suas necessidade, suas conveniências.
Eu digo a verdade, é sei que a verdade nem sempre é fácil. Mais facilitar a vida de quem amamos enganando-as não dá pra mim.


domingo, 12 de janeiro de 2020

MULHERES QUE PERDOAM

Analisando o perdão diante das palavras de Mário Sérgio Cortella, Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé.
Programa Roda Viva, TV Cultura, 17/12/19

Primeiro: perdoar quem não quer ser perdoado é inútil , não porque você está certo e o outro errado ou vice versa, mas por que simplesmente o outro não julga que tenhamos nada do que perdoa-lo. Então surge o dilema da arrogância que pressupõe que quem perdoa se julga certo em relação ao outro desconsiderando toda a vivência, toda a experiência e consciência do outro.

Segundo: aquele que perdoa teria portanto o poder. É aquele que detém a verdade, a honradez daquele que perdoa. Mas aquele que não entende o perdão não é o vilão, apenas uma pessoa que vive de acordo com seus princípios. Princípios esses que fazem sentido para si mesmo, ainda que não para o outro. E se um dos dois (relacionamentos diversos) precisa viver perdoando a pergunta a se fazer é por que quem perdoa permanece na relação se julga, condena e absolve o outro o tempo todo?

Terceiro: caminhando dentro dessa análise se uma das partes se entende culpado e recebe o perdão é um grande ato de libertação. Você entender que fez muito mal a alguém e esse alguém foi capaz de perdoar e dizer "tá tudo bem" é muito importante, ainda mais se aquele que errou conseguir empaticamente se colocar na posição do outro e enxergar o alcance do ato de perdoar diante do que fez. Nesse sentido é um ato libertador para ambos.

Perdoar não é fácil em nenhum nível, por que não basta simplesmente proferir o perdão. Antes você precisa digerir a dor, absorver como o erro do outro te atingiu - pode ser uma calúnia, uma traição, uma mentira, o descumprimento de uma promessa, uma falta, etc - e depois você precisa transformar a decepção em entendimento. Aquele que perdoa é um ser empático, que consegue se  colocar no lugar do outro para tentar entender a atitude, a falha, a falta. Ele consegue ouvir.
Hoje em dia quem perdoa é chamado de idiota, mas concordo com Karnal quando ele diz que aquele que perdoa detém o poder.
Porém, perdoar não significa esquecer. Metaforicamente perdoar, para mim, é como fazer um curativo na ferida. Você se machucou, tratou e agora precisa esperar a cicatrização que pode ser rápida ou não dependendo da extensão do ferimento. Como lemos em vários "memes" por aí, é verdade que o ferimento é muito maior quando vem de alguém que amamos. E, portanto, nada fácil de perdoar porque não é fácil de compreender.
Como alguém que te ama te fere, te magoa, mente pra você?
Por que por ser amor nós estávamos desprevenidos, vulneráveis, desarmados.
A questão pode ser muitas, mas no geral o outro não estava mentindo pra você mas para si mesmo. A calúnia, a traição, a mentira, a falha, a falta existe por que o outro não foi capaz de ser sincero com os próprios sentimentos. Então não vista a carapuça de "onde eu errei". Se você foi enganado na sua sinceridade e foi capaz de perdoar você é infinitamente uma pessoa melhor consigo.



sábado, 28 de dezembro de 2019

MULHERES CONCRETAS

Nossa sociedade é reconhecida em sua concretude.
Sempre que nos apresentamos diante do outro, diante do mundo, nos apresentamos dentro dessa concretude.
- Sou Edileine, professora com mestrado em Culturas e Identidades Brasileiras, moro em tal lugar, sou solteira, sou bem sucedida, sou alegre, etc, etc, etc...
Quando na verdade nós não somos nada. Nós estamos! Porque tudo é transitório. Então eu estou Edileine, estou professora, estou triste, estou morando em tal lugar, estou vivendo isso ou aquilo, mas eu não sou nada!
Comecei minha vida profissional com a cartografia e fui me aprimorando, conquistando clientes, ganhando dinheiro e achei que era cartografa. Aí a vida me ensinou que eu estava cartografa e minha profissão simplesmente foi devorada pela tecnologia e acabou. Hoje estou professora.
Demorei muito para aceitar esse estar, doeu, sofri, porque a concretude é uma terrível zona de conforto. Uma zona que nos faz estacionar, achar que tudo está resolvido, que podemos relaxar. Só que relaxar não pode significar ser relaxado consigo mesmo.
O "estar" deixa as portas abertas para todas as possibilidades. Se eu estou mas não sou, posso escolher muitos caminhos, posso mudar de idéia, mudar de direção, porque o "estar" é transitório.
Não é simples lidar com essa ausência de concretude, é muito doloroso! Admitir que você não é casada, você está casada. Você não é feliz ou infeliz, você está respondendo a um momento da sua vida. Você não é rica, você está e pode ficar pobre. Você não é isso ou aquilo profissionalmente, você está e tudo pode mudar.
Mas se isso pode ser assustador, também pode ser libertador.
Porque eu não estou viva, eu sou viva e vou morrer!
Ninguém está vivo se não viver. E viver não é só estar respirando e preciso ser presente na sua vida, nas suas escolhas, nas suas decisões, estar inteira no presente. Outra coisa que a  concretude nos ilude. Quando você diz ser casada, por exemplo, a ideia é que é um estado contínuo, infinito em si mesmo. Você é  casada, ponto, fim. Diferente de você estar casada hoje. Porque amanhã você pode estar solteira, viúva, divorciada, enfim, outra coisa qualquer.
Então reveja suas concretude.
Você não é uma pessoa infeliz, você só está assim. Você não é uma funcionária frustrada, você só está assim. Você não é uma mulher aprisionada aos conceitos sociais, você só está assim.
Escolha onde e como você quer estar em 2020!
Seja dona da sua vida!



terça-feira, 24 de dezembro de 2019

MULHERES ESCUTEM SUA INTUIÇÃO!

As datas "inventadas", "criadas" ou "manipuladas" com objetivos específicos e variados podem sim nos ajudar, como por exemplo servir para gerar em nós momentos de reflexão.
Aniversários, fim de ano, etc sempre marcam o encerramento de um ciclo em nosso subconsciente e tem seu lado bom. Parar para refletir sobre nossas ações,  nossas escolhas, onde estamos e onde queremos chegar.
O controle do tempo que nos diz a hora de comer, dormir, comemorar, estudar e tudo mais também controlou nossa intuição, nossa magia interna, nossa capacidade de ouvir o Universo. Somos uma partícula do macro mas nos desconectados de tal maneira que estamos a deriva.
Por isso a frase " Eu sabia" é dita em algum momento... depois da merda feita!
Não escutamos os avisos, os sinais, as dicas que a vida apresenta o tempo todo e escolhemos por arrogância o que queremos que seja, mesmo que isso signifique perder muito além do que estava previsto. Com isso empregamos uma energia desnecessário que gera doenças, tristezas e emoções negativas diversas e tudo porque viramos seres mimados.
A pior sensação é enxergarmos todos o sinais depois que o erro se deu e ter que se olhar no espelho e se perguntar porque se negou a ver o que estava tão claro.
O problema não é  errar, até porque são os erros e acertos que nos ajudam a evoluir; o problema é saber que estamos errando e ignorar. Focamos cegamente no objetivo, sem se importarmos com o preço até chegar nele. 
Nesta data vamos tentar nos reconectar como nós mesmas, com nossa bruxa interna.
Respeitar os ciclos, entender que algumas  coisas não serão nossas não importa o que façamos e se livrar delas.
Fazer escolhas melhores!
Fazer escolhas serenas!


domingo, 22 de dezembro de 2019

MULHERES EM MIM - Ciúme

Em 4 de janeiro de 2013 postei um texto aqui no Blog intitulado Mulheres Inseguras, onde perguntava: "que raio de mulher é essa que inferniza a vida dos namorados, maridos e afins por que ele tem amigas mulheres? Que porra de mulher é essa que precisa conferir as chamadas do celular, as mensagens do computador, ter as senhas de acesso pra vida da criatura? O que mais ela espera desse cara? Que ele venda a alma pra ela, que ele feche todas as portas para quem ele era no passado? Que ele acabe com todas as amizades? Que ele vire um zumbi apaixonado?"
Eu vergonhosamente virei essa mulher em 2016 e minha vida se transformou num inferno. Atravessei essa fase - GRAÇAS A DEUS FOI SÓ UMA FASE - em etapas. 

Primeiro, me apaixonei além da conta:
Nunca ame alguém mais do que a si mesma!

Segundo, me descobri ciumenta num grau doentio:
Nunca permita que suas emoções dominem você! 

Terceiro, depois de muito sofrimento entendi que aquilo era uma doença:
Aceitei que o ciúme estava me consumindo e que sozinha ou com o meu namorado, o fato é que eu não queria aquilo pra mim!

Quarto, fui buscar ajuda:
Nos livros (Osho tem livros excelentes), no papo com uma amiga, mas principalmente dentro de mim. Silenciei a mente e o coração e fui buscar o que tinha desencadeado aquele horror.

Por que é um horror! O ciúme não tem nada de saudável, de tempero do amor, nada disso. O ciúme é uma prisão, onde você mesma é o carcereiro, o juiz, o torturador, o réu e o culpado. Ele domina você como um obsessor, controla seus pensamentos, suas ações, quando você se dá conta parou de viver sua vida para controlar a vida do outro. Nada é mais assustador do que perder sua própria vida estando vivo. 
Eu vivi com esse "monstro" por 6 meses e vou dizer pra vocês, foi o pior momento da minha vida adulta. Hoje ele está enjaulado. Descobri mais uma mulher em mim e apesar do horror, eu me conheço um pouco mais. 
A questão é entender que o ciúme não tem relação com o outro, o ciúme te pertence. Você é responsável pelas estórias que cria, pelas mensagens subliminares que entende ou manipula. Isso não significa que não exista em algumas situações a traição real, mas o ciúme não impede isso, nada impede isso. A traição não depende do quanto você vigia ou controla o outro, depende muito mais do quanto você se respeita e se coloca na relação.  Aprendi e aceito que sou responsável pelo meu caráter e não pelo do outro. 
Se rolar traição,  separe! Busque alguém que esteja inteiro com você! 
Não vale a pena ficar com alguém pela metade, e isso significa entender que o outro aguentar uma pessoa doente (ciumenta) também é viver com você pela metade, porque o ciumento passa a maior parte do tempo se relacionando com o que ele acha que está acontecendo e não com o mundo real.

Ame-se ao ponto de não precisar do amor de ninguém para ser inteira! 




Sinopse:
Amor, Liberdade E Solidão de Osho: Por que será que tantas pessoas vivem sozinhas hoje em dia? O modelo da família tradicional está a desfazer-se; os jovens iniciam a sua vida sexual cada vez mais cedo, metade dos casamentos no mundo ocidental acaba em divórcio. O que aconteceu ao amor? Ao longo destas páginas, O autor analisa o fenómeno do amor no Ocidente e explica como a crescente tendência para a solidão pode ser vista como um fator positivo no desenvolvimento espiritual. É bem sabido que as pessoas que são felizes sozinhas têm mais hipóteses de ser felizes num relacionamento. Quem não souber aprender a viver consigo mesmo e para si mesmo, não será capaz de encontrar a felicidade com outra pessoa. Com o estilo mordaz que o carateriza, Osho oferece, neste livro, um guia sensato e divertido para encontrar o amor na complexidade da vida moderna. 
Uma leitura maravilhosa que ajuda a desconstruir nosso modelo ocidental e patriarcal de casamento.
Somos todos livres, mesmo estando com alguém. Precisamos entender a liberdade e aceita-la.