sábado, 28 de dezembro de 2019

MULHERES CONCRETAS

Nossa sociedade é reconhecida em sua concretude.
Sempre que nos apresentamos diante do outro, diante do mundo, nos apresentamos dentro dessa concretude.
- Sou Edileine, professora com mestrado em Culturas e Identidades Brasileiras, moro em tal lugar, sou solteira, sou bem sucedida, sou alegre, etc, etc, etc...
Quando na verdade nós não somos nada. Nós estamos! Porque tudo é transitório. Então eu estou Edileine, estou professora, estou triste, estou morando em tal lugar, estou vivendo isso ou aquilo, mas eu não sou nada!
Comecei minha vida profissional com a cartografia e fui me aprimorando, conquistando clientes, ganhando dinheiro e achei que era cartografa. Aí a vida me ensinou que eu estava cartografa e minha profissão simplesmente foi devorada pela tecnologia e acabou. Hoje estou professora.
Demorei muito para aceitar esse estar, doeu, sofri, porque a concretude é uma terrível zona de conforto. Uma zona que nos faz estacionar, achar que tudo está resolvido, que podemos relaxar. Só que relaxar não pode significar ser relaxado consigo mesmo.
O "estar" deixa as portas abertas para todas as possibilidades. Se eu estou mas não sou, posso escolher muitos caminhos, posso mudar de idéia, mudar de direção, porque o "estar" é transitório.
Não é simples lidar com essa ausência de concretude, é muito doloroso! Admitir que você não é casada, você está casada. Você não é feliz ou infeliz, você está respondendo a um momento da sua vida. Você não é rica, você está e pode ficar pobre. Você não é isso ou aquilo profissionalmente, você está e tudo pode mudar.
Mas se isso pode ser assustador, também pode ser libertador.
Porque eu não estou viva, eu sou viva e vou morrer!
Ninguém está vivo se não viver. E viver não é só estar respirando e preciso ser presente na sua vida, nas suas escolhas, nas suas decisões, estar inteira no presente. Outra coisa que a  concretude nos ilude. Quando você diz ser casada, por exemplo, a ideia é que é um estado contínuo, infinito em si mesmo. Você é  casada, ponto, fim. Diferente de você estar casada hoje. Porque amanhã você pode estar solteira, viúva, divorciada, enfim, outra coisa qualquer.
Então reveja suas concretude.
Você não é uma pessoa infeliz, você só está assim. Você não é uma funcionária frustrada, você só está assim. Você não é uma mulher aprisionada aos conceitos sociais, você só está assim.
Escolha onde e como você quer estar em 2020!
Seja dona da sua vida!



terça-feira, 24 de dezembro de 2019

MULHERES ESCUTEM SUA INTUIÇÃO!

As datas "inventadas", "criadas" ou "manipuladas" com objetivos específicos e variados podem sim nos ajudar, como por exemplo servir para gerar em nós momentos de reflexão.
Aniversários, fim de ano, etc sempre marcam o encerramento de um ciclo em nosso subconsciente e tem seu lado bom. Parar para refletir sobre nossas ações,  nossas escolhas, onde estamos e onde queremos chegar.
O controle do tempo que nos diz a hora de comer, dormir, comemorar, estudar e tudo mais também controlou nossa intuição, nossa magia interna, nossa capacidade de ouvir o Universo. Somos uma partícula do macro mas nos desconectados de tal maneira que estamos a deriva.
Por isso a frase " Eu sabia" é dita em algum momento... depois da merda feita!
Não escutamos os avisos, os sinais, as dicas que a vida apresenta o tempo todo e escolhemos por arrogância o que queremos que seja, mesmo que isso signifique perder muito além do que estava previsto. Com isso empregamos uma energia desnecessário que gera doenças, tristezas e emoções negativas diversas e tudo porque viramos seres mimados.
A pior sensação é enxergarmos todos o sinais depois que o erro se deu e ter que se olhar no espelho e se perguntar porque se negou a ver o que estava tão claro.
O problema não é  errar, até porque são os erros e acertos que nos ajudam a evoluir; o problema é saber que estamos errando e ignorar. Focamos cegamente no objetivo, sem se importarmos com o preço até chegar nele. 
Nesta data vamos tentar nos reconectar como nós mesmas, com nossa bruxa interna.
Respeitar os ciclos, entender que algumas  coisas não serão nossas não importa o que façamos e se livrar delas.
Fazer escolhas melhores!
Fazer escolhas serenas!


domingo, 22 de dezembro de 2019

MULHERES EM MIM - Ciúme

Em 4 de janeiro de 2013 postei um texto aqui no Blog intitulado Mulheres Inseguras, onde perguntava: "que raio de mulher é essa que inferniza a vida dos namorados, maridos e afins por que ele tem amigas mulheres? Que porra de mulher é essa que precisa conferir as chamadas do celular, as mensagens do computador, ter as senhas de acesso pra vida da criatura? O que mais ela espera desse cara? Que ele venda a alma pra ela, que ele feche todas as portas para quem ele era no passado? Que ele acabe com todas as amizades? Que ele vire um zumbi apaixonado?"
Eu vergonhosamente virei essa mulher em 2016 e minha vida se transformou num inferno. Atravessei essa fase - GRAÇAS A DEUS FOI SÓ UMA FASE - em etapas. 

Primeiro, me apaixonei além da conta:
Nunca ame alguém mais do que a si mesma!

Segundo, me descobri ciumenta num grau doentio:
Nunca permita que suas emoções dominem você! 

Terceiro, depois de muito sofrimento entendi que aquilo era uma doença:
Aceitei que o ciúme estava me consumindo e que sozinha ou com o meu namorado, o fato é que eu não queria aquilo pra mim!

Quarto, fui buscar ajuda:
Nos livros (Osho tem livros excelentes), no papo com uma amiga, mas principalmente dentro de mim. Silenciei a mente e o coração e fui buscar o que tinha desencadeado aquele horror.

Por que é um horror! O ciúme não tem nada de saudável, de tempero do amor, nada disso. O ciúme é uma prisão, onde você mesma é o carcereiro, o juiz, o torturador, o réu e o culpado. Ele domina você como um obsessor, controla seus pensamentos, suas ações, quando você se dá conta parou de viver sua vida para controlar a vida do outro. Nada é mais assustador do que perder sua própria vida estando vivo. 
Eu vivi com esse "monstro" por 6 meses e vou dizer pra vocês, foi o pior momento da minha vida adulta. Hoje ele está enjaulado. Descobri mais uma mulher em mim e apesar do horror, eu me conheço um pouco mais. 
A questão é entender que o ciúme não tem relação com o outro, o ciúme te pertence. Você é responsável pelas estórias que cria, pelas mensagens subliminares que entende ou manipula. Isso não significa que não exista em algumas situações a traição real, mas o ciúme não impede isso, nada impede isso. A traição não depende do quanto você vigia ou controla o outro, depende muito mais do quanto você se respeita e se coloca na relação.  Aprendi e aceito que sou responsável pelo meu caráter e não pelo do outro. 
Se rolar traição,  separe! Busque alguém que esteja inteiro com você! 
Não vale a pena ficar com alguém pela metade, e isso significa entender que o outro aguentar uma pessoa doente (ciumenta) também é viver com você pela metade, porque o ciumento passa a maior parte do tempo se relacionando com o que ele acha que está acontecendo e não com o mundo real.

Ame-se ao ponto de não precisar do amor de ninguém para ser inteira! 




Sinopse:
Amor, Liberdade E Solidão de Osho: Por que será que tantas pessoas vivem sozinhas hoje em dia? O modelo da família tradicional está a desfazer-se; os jovens iniciam a sua vida sexual cada vez mais cedo, metade dos casamentos no mundo ocidental acaba em divórcio. O que aconteceu ao amor? Ao longo destas páginas, O autor analisa o fenómeno do amor no Ocidente e explica como a crescente tendência para a solidão pode ser vista como um fator positivo no desenvolvimento espiritual. É bem sabido que as pessoas que são felizes sozinhas têm mais hipóteses de ser felizes num relacionamento. Quem não souber aprender a viver consigo mesmo e para si mesmo, não será capaz de encontrar a felicidade com outra pessoa. Com o estilo mordaz que o carateriza, Osho oferece, neste livro, um guia sensato e divertido para encontrar o amor na complexidade da vida moderna. 
Uma leitura maravilhosa que ajuda a desconstruir nosso modelo ocidental e patriarcal de casamento.
Somos todos livres, mesmo estando com alguém. Precisamos entender a liberdade e aceita-la.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

MULHERES QUE DESCONSTROEM

Foi-se o tempo que as mulheres aceitavam tudo o que a sociedade as impunha.
Hoje temos voz, e ela é bem alta.
Isso não significa que o percurso ficou mais fácil - acho que nunca ficará - mas o bom é que as mulheres já não se importam com as dificuldades de desconstruir os modelos ridículos que o patriarcado criou com a conivência de muitas de nós.
No último dia da Mulher ouvi, pela milésima vez, que deveríamos ter o dia da pessoa, que não tem o dia do homem, blá blá blá... e respondi que esse dia não é para comemorar nada, mas para lembrar que dezenas de mulheres ainda apanham dos seus maridos, são mortas por eles, que os estupros ainda acontecem no seio da família, etc. E, portanto, é um dia para exigir respeito.
Mas seja por medo, conformismo, crença na superioridade masculina ou simplesmente preguiça, muitas compraram o modelo sobre quem deveríamos ser e replicaram isso na educação de nossos filhas e filhas. Num contexto histórico, onde a mulher não podia trabalhar, estudar, sequer pensar, esse comportamento tinha suas justificativas; mas hoje em dia isso é inconcebível.
Isso não desqualifica o seu DIREITO de querer ficar em casa tomando conta das crianças, de querer ter muitos filhos, de depender do marido se isso for acordado entre vocês. Porque também houve um movimento que desconstruiu tanto esses papéis que querer essas coisas virou símbolo de estupidez e não deve ser assim. O ideal é prevalecer a liberdade de construir seu próprio caminho.
Ser mãe ou não... casar ou não... gostar de homem ou não...
Ontem, durante um papo com uma colega de trabalho com quem eu mal falava, descobri uma mulher interessante. Ele me confidenciou que ama seus filhos, mais odeia a maternidade. Olha que bárbaro!
Foi muito complexo por séculos uma mulher poder admitir isso sem ser "crucificada".
Você pode amar sua cria e odiar a maternidade e toda a responsabilidade que vem com ela. Ter odiado o momento do parto, os dias sem dormir, a "prisão" (como ela mesmo disse) dessa condição, invejar a flexibilidade de alguns pais (homens) e tudo mais pertinente a essa situação eternamente imposta pela maternidade.
Para evitar isso é importante se conhecer para fazer as escolhas certas!




terça-feira, 10 de dezembro de 2019

MULHERES QUE BRIGAM


Eu tenho o hábito de registrar no computador as coisas relevantes que faço ano a ano. Isso me ajuda de muitas maneiras: lembrar, agradecer, manter o foco, e saber com clareza do que sou capaz.
Como fiquei sumida do blog desde abril de 2017, fui verificar nos meus arquivos coisas que pudessem me ajudar neste retorno - 2017 tem registros de viagens curtas, passeios, festas a fantasia e "brigas, discussões e stress" - 2018 aparece renegociação de dívida, reuniões com o sindicato, " amor, discussões, calmaria e sexo"
Ao ler meus apontamentos me veio na memória como foi difícil esses últimos 3 anos; para vocês terem uma ideia em 2017 apareceu um inicio de vitiligo na minha mão direita (vitiligo é uma doença autoimune assossiada ao stress e que causa despigmentação da pele). Levei um susto e procurei um dermatologista, depois de conversarmos bastante ele me disse que eu tinha uma cabeça boa e que daria pra controlar o processo, o que de fato aconteceu.
Então tudo estava ótimo!
Não, não estava e a "cabeça boa" não segurou a onda.
Em 2018, eu tomei a frente de questões sindicais no meu trabalho, que envolveu muitas pessoas: colegas de trabalho, chefia direta e indireta, brigas com RH, leis trabalhistas, direitos e deveres e no fim de 2018 fui procurar um psiquiatra.
Simplesmente não consegui desligar e precisei de ajuda profissional.
Essa atitude ia contra tudo o que eu pensava durante quase toda a minha vida adulta, mas a vida ensina que precisamos admitir nossas falhas, pedir ajuda e seguir adiante!
O psiquiatra me disse a mesma coisa que o dermatologista, que tinha uma " cabeça boa" e não sei mais o que, e que por isso ele mesmo tiraria o remédio o mais rápido possível, o que aconteceu. Mas ele também me disse uma coisa muito importante: Você precisa fazer coisas para Você ser feliz.
Caramba! Eu sempre soube disso. O que tinha acontecido?
O último ano do mestrado, o relacionamento conturbado (falo disso numa próxima postagem) e a confusão sindical foi uma sequência do cacete e eu não dei conta. Eu esqueci de mim.
Minha resolução foi voltar pra mim em 2019.
Fiz várias viagens esse ano, liguei a tecla foda-se para muitas situações, investi em vender o mestrado e o mais importante voltei a dar o peso certo para cada situação.
Estou terminando o ano cansada, mais tranquila.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

VOLTEI...

Fazem quase 2 anos que sumi... desculpem.
Fui engolida pela vida!
Nesse tempo muitas coisas aconteceram, enfrentei meus monstros internos, descobri muitas mulheres em mim (muitas mesmo). Algumas tive que aprender a conviver, outras me ensinaram muito e teve aquelas que me assustaram.
Minha última postagem foi em 13 de abril de 2017... mas pretendo manter postagens constantes e recuperar meus seguidores.
Porque deixei de escrever?
O mestrado acabou comigo. O que era para ser um prazer, uma alegria, terminou sendo uma tortura. Não o trabalho acadêmico em si, mas a minha "não" relação com o orientador, um ser que descobri ao longo do percurso ser um misógino prepotente que no mínimo sentia prazer em humilhar as pessoas. Todo o processo foi penoso, no sentido de ter que provar o tempo todo minha presença no sacro santo espaço da USP.
Eu, uma mulher da periferia, graduada numa faculdade privada de nível baixo (uma uniquintal, como eles dizem), como assim? O que eu estava fazendo no reduto dos deuses intelectuais de São Paulo?
Mas, peraí...
Meu currículo tinha sido aceito, passei nas mesmas provas que todos ali, apresentei um pré projeto, qual era então o problema?
Era o preconceito de classe! Era a arrogância de alguns! Eles se acham realmente acima da maioria!
Recebi email desrespeitosos, ofensivos (do tipo: você não sabe escrever?), emails que aliás tenho guardados até hoje e conversas no Whatsapp também repletas de ironia e indiretas ofensivas. 
Porque não reagir? Brigar? Exigir respeito?
Por que você está refém da situação, por que o que está em jogo são 3, 4 anos de estudo e dedicação que podem ser perdidos se você for reprovada na qualificação,  ou se o seu orientador desistir de você e indicar outra pessoa.
Bom... resumo da ópera... terminei o mestrado sem nenhum tesão, esgotada e no meio de uma crise nervosa séria. Defendi minha dissertação, peguei meu título e fui me recuperar de uma depressão/melancolia e não sei mais oque.
Para piorar tudo, essa não relação com a "criatura olimpiana" desenterrou lembranças e vivências péssimas  com o meu pai, que só ajudou a piorar mais ainda o processo.
Hoje, recuperada, voltei a ter prazer em estudar; meu mestrado está dando frutos e deletei o pseudo Deus do Olimpo da minha existência.


Dia da defesa - 2016

Seminário de Palegrafia na UFO - Universidade Federal de Ouro Preto/ MG - 2017
Palestra na Caixa Cultural sobre Arte nas escolas - 2018


Palestra no Museu de Arte Sacra - 2018

Palestra no Sesc  Formação - 2018