sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

MULHERES QUE DESCONSTROEM

Foi-se o tempo que as mulheres aceitavam tudo o que a sociedade as impunha.
Hoje temos voz, e ela é bem alta.
Isso não significa que o percurso ficou mais fácil - acho que nunca ficará - mas o bom é que as mulheres já não se importam com as dificuldades de desconstruir os modelos ridículos que o patriarcado criou com a conivência de muitas de nós.
No último dia da Mulher ouvi, pela milésima vez, que deveríamos ter o dia da pessoa, que não tem o dia do homem, blá blá blá... e respondi que esse dia não é para comemorar nada, mas para lembrar que dezenas de mulheres ainda apanham dos seus maridos, são mortas por eles, que os estupros ainda acontecem no seio da família, etc. E, portanto, é um dia para exigir respeito.
Mas seja por medo, conformismo, crença na superioridade masculina ou simplesmente preguiça, muitas compraram o modelo sobre quem deveríamos ser e replicaram isso na educação de nossos filhas e filhas. Num contexto histórico, onde a mulher não podia trabalhar, estudar, sequer pensar, esse comportamento tinha suas justificativas; mas hoje em dia isso é inconcebível.
Isso não desqualifica o seu DIREITO de querer ficar em casa tomando conta das crianças, de querer ter muitos filhos, de depender do marido se isso for acordado entre vocês. Porque também houve um movimento que desconstruiu tanto esses papéis que querer essas coisas virou símbolo de estupidez e não deve ser assim. O ideal é prevalecer a liberdade de construir seu próprio caminho.
Ser mãe ou não... casar ou não... gostar de homem ou não...
Ontem, durante um papo com uma colega de trabalho com quem eu mal falava, descobri uma mulher interessante. Ele me confidenciou que ama seus filhos, mais odeia a maternidade. Olha que bárbaro!
Foi muito complexo por séculos uma mulher poder admitir isso sem ser "crucificada".
Você pode amar sua cria e odiar a maternidade e toda a responsabilidade que vem com ela. Ter odiado o momento do parto, os dias sem dormir, a "prisão" (como ela mesmo disse) dessa condição, invejar a flexibilidade de alguns pais (homens) e tudo mais pertinente a essa situação eternamente imposta pela maternidade.
Para evitar isso é importante se conhecer para fazer as escolhas certas!




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