quinta-feira, 18 de abril de 2013

MULHERES EDUCADORAS


Hoje se fala muito em bullyng nas escolas. Aquela antiga "brincadeirinha maldosa" entre amigos que faziam de tudo para ressaltar suas inseguranças. Mas que também auxiliava na formação do seu caráter; que te ajudava a ser forte e a reagir de maneira proativa as dificuldades da vida social.
Mas existe um tipo de bullyng muito mais agressivo e destrutivo, que quase não se fala - o praticado dentro de casa por aquelas pessoas que por obrigação deveriam protegê-lo.
Eu sofri isso!
Passei toda minha infância e adolescência sofrendo todo tipo de ofensas "veladas" do meu pai.
"Beiçuda"; "Testuda"; "Cabelo de carapinha"... E por ai afora. Isso sem contar as eternas repreensões pela minha insegurança absoluta. Eu roia as unhas até a carne e levava todo tipo de bronca por isso; e quanto mais eu tentava melhorar, mais insegura eu ficava. Me achava feia, estranha, como se nunca estivesse adequada. Mas como o bullyng escolar, a meu ver, ajuda as crianças a lidarem com as dificuldades sociais inerentes ao convívio humano; a falta de amor do meu pai me ajudou a desenvolver uma personalidade forte, decidida, capaz de reagir a ataques de terceiros. Criei em mim um amor próprio muito mais forte do que poderia ter criado de outra forma, e desde o momento em que consegui entender que ninguém seria capaz de me fazer mal sem a minha autorização, nunca mais ninguém me atingiu como naquela época ou daquele jeito.
Depois que trabalhei todos os sentimentos de frustração dentro de mim, consegui entender os motivos do meu pai em me perseguir, ofender, diminuir, e tudo mais... Era só isso que ele conhecia, era só isso que ele tinha recebido de seus pais, e portanto, sem conhecer o amor, não haveria como ele reconhecer esse sentimento. Mas entender os motivos dele, ainda não significa que eu perdoo suas atitudes. Não gostar de mim adulta, eu entendo; mas não gostar de uma criança de 6 anos...  Foi doloroso.
Mas eu sobrevive mais forte, mais decidida, mais resistente. E muito feliz por quem eu me tornei.

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