sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

MULHERES INTERESSEIRAS


Como é da natureza "antropológica deste planeta" as pessoas optaram por rotular os indivíduos ou grupos sociais para se protegerem, se preservarem e poderem descer o pau nos outros sem culpa. Afinal isso nos tira a responsabilidade... Se sou melhor então tenho autoridade para julgar...
Ai meu saquinho!!!
Hoje vou falar de uma história real, que aconteceu com uma outra mulher e que portanto vai ter seu nome e dos envolvidos preservados.
Ela se separou a alguns anos de seu marido depois de seus afastamento devido ao trabalho dele, quando os conflitos que vinham sendo contornados ficaram evidentes. Numa dessas ausências, ela viajou com uma amiga afim de se divertir e descansar de seu trabalho também estafante e isso gerou uma grande briga. O, então marido, achou um absurdo ela ir se divertir com amigas solteiras enquanto ele estava ausente trabalhando e ainda que ela explicasse que estava de férias e precisava descansar, não houve acordo.
Durante a viagem Lúcia começou a pesar os prós e contras do casamento (nós mulheres fazemos isso o tempo todo) e resolveu se separar assim que voltasse para casa. Decidida, se separou.
Foram 2 anos de paz, liberdade e sossego... Mas...
Eles se reaproximaram e Eduardo propôs um recomeço, tinha mudado, entendeu durante a separação que tentou inúmeras vezes controlá-la e que queria dividir com ela sua conquista profissional. Agora ele tinha alcançado um alto cargo e seu salário girava em torno de 100.000,00 reais por mês.

P.S.: Você não leu errado. O tal Eduardo ganha em torno de cem mil reais por mês.

Durante a separação montou um apartamento no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, bancava os filhos do primeiro casamento nos Estados Unidos e resumindo estava muito bem.
Sua proposta era dar-lhe uma "mesada" de 10.000,00 reais para que parasse de trabalhar e fosse fazer seu mestrado (seu projeto no momento), colocar uma empregada na casa e que ela se desfizesse do seu apartamento para morar com ele. Quase uma versão atualizada de "Uma linda mulher" com a Júlia Roberts, só que não.
Durante um dos encontros de conciliação desse homem mudado e maduro, ele deixou escapar que ainda não tinha engolido sua viagem com a amiga solteira e insistiu de forma enfática de que Lúcia deveria parar de trabalhar e vender seu apartamento.
Lúcia recusou!
Recusou os 10.000,00!
Recusou a empregada!
A possibilidade de estudar sem pressão!
A segurança financeira!
Por que diferente do que a sociedade machista prega, de que as mulheres são interesseiras, que querem um homem que as sustentem,  elas querem antes de tudo respeito.
A proposta do Eduardo cheira a armadilha. Largar emprego (autonomia), abandonar apartamento (segurança), ficar a disposição (bibelô) era quase uma lista de aprisionamento. Quanto tempo levaria para ele estar controlando seus gastos, suas amizades, suas saídas, sua vida. 
Exagero? Talvez. Mas a frase perdida entre todas, sobre a viagem estava ali, indicando que não havia mudanças, que o homem que tinha ciúme das suas amizades, do homem que controlava suas roupas, que odiava seu emprego ainda estava ali e que havia voltado apenas com um trunfo a mais: o poder da grana.
Ele apenas não esperava que Lúcia não tivesse preço.
Eles estão saindo (transando)... Cada um no seu apartamento e no seu emprego...
Pode ser que haja um entendimento e que ele perceba que é muito melhor não comprar e talvez ela supere o medo de se entregar.

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