segunda-feira, 7 de julho de 2014

MULHERES DEPRIMIDAS



Infelizmente temos a tendência de menosprezar algumas doenças, especialmente as mentais, como se elas definissem mais problemas de caráter do que de saúde. Talvez essa seja uma herança cultural de uma época onde os doentes mentais eram extirpados da sociedade de maneira que sua presença não envergonhasse seus pares. A história demonstra que os tratamentos indicados para essas pessoas eram de uma crueldade só comparável as torturas de guerra, e até recentemente existiam espaços voltados a seus confinamentos...
Assisti a uma entrevista com o Dr. Rodrigo Bressan, médico psiquiatra, neurocientista e pesquisador dos processos de adoecimento do cérebro no programa da Marília Gabriela e achei excelente ele responder que todas essas doenças "pseudo" modernas, como a bipolaridade, as síndromes do pânico, etc, não são modernas coisa nenhuma. Existem registros médicos sobre a existências delas desde a Grécia antiga, apenas tinham outras designações, ou seja, a mente humana sofre... Ponto... E menosprezar quem sofre desses distúrbios alegando fraqueza de caráter é no mínimo sinal de arrogância. 
A depressão não é frescura. Ela mata!
Uma pessoa pode ir perdendo a vontade de viver com tal grau de severidade que nada mais reste a ela do que se matar. A depressão é paralisante, angustiante e solitária. Como o doutor disse, existem vários graus da doença, dos mais graves - que leva ao suicídio; ao leve - que pode acompanhar a pessoa por uma vida inteira de tristeza e incapacidade na busca da felicidade. Isso é terrível. 
Por isso, temos a obrigação de prestar atenção em quem amamos, de perceber se aquela pessoa que convive conosco todo dia mudou sua rotina, parou de sorrir, começou a se isolar, a ficar mais silenciosa do que o normal, fica horas na internet ou a se nega a conviver ou sair de casa. 
Como eu sei disso? Eu tive uma crise de depressão por longos 10 meses da minha vida e foi enlouquecedor; primeiro porque havia um sofrimento real dentro de mim e segundo porque eu sabia que havia alguma coisa errada comigo, mas não sabia o que era e nem como sair daquela situação. Mas com o apoio da minha família sai dessa e voltei a ser eu. 
Então não julgue quem sofre desses males.
Depressão, bipolaridade, síndromes do pânico, etc não são doenças de pessoas fracas, nem doenças de gente rica que não tem o que fazer, muito menos coisa de gente desocupada... Existe um sofrimento real por trás disso, agravado pela vergonha em admitir e saber que receberão ao invés de apoio, esses tipos de comentários.
Ajudem! Apoiem! Amem seu próximo!


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