sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MULHERES FRUSTRADAS

                  

 

Sabem aquela amiga de infância, que você sempre teve ao seu lado e de tão presente você se esqueceu dela?
Pois é, eu tive uma amiga dessas.
Tive, por que ela morreu alguns anos atrás. Ela foi diagnosticada com leucemia e teve sorte, por que seu irmão era compatível e foi possível o transplante... Tudo ia bem, mas a medula não pegou, como dizem. Ela tinha na época uns 39 anos e uma filha de uns 9 anos.
Mas não é a morte dela que me entristece, é como ela viveu.



Ela era a mais velha de 3 irmãos e foi criada por uma mãe repressora; que não falava sequer de menstruação perto das 2 filhas; já o menino (caçula), era tratado feito um reizinho. Eu, claro, era a amiga engraçada, que falava besteira, era desbocada e de certa forma apresentava as coisas da vida, mesmo tendo a mesma idade que ela. Me lembro quando ela me disse que ia se casar. Fazia algum tempo que não nos falávamos e eu nem sequer conhecia o cara, mas e daí, não era problema meu.
Fiz uma pergunta que me pareceu óbvia. “Você já transou com ele?” E ela respondeu até assustada, que não. Ia casar virgem, como tinha sido educada (reprimida) a fazer e eu claro questionei. “Mas e se for uma porcaria, e se você não gostar e se não der liga?” ; ela apenas riu.
Fui ao chá de panela (coisa que odeio, mas fui por ela).
Fui ao casamento (e chorei) e perdemos contato.
Quando nos reencontramos sua filha já tinha 5 anos e sua vida já estava uma merda. Aos poucos ela foi me contando... Tinha abandonado o trabalho para ser uma “boa” doméstica; era totalmente submissa ao marido e sua vida sexual era um desastre. Ela e o marido só transavam papai-e-mamãe e uma única vez em que ela tentou inovar, ele a questionou... sim... estávamos no século XX. Perguntei se ela ao menos se masturbava e ela ficou horrorizada e diante disso perguntei se ela já tinha tido um orgasmo e ela disse que achava que não, ai, fui eu que fiquei horrorizada.
Ela tinha uns 35 anos!
Perdemos contato de novo. Alguns anos depois sua irmã me contou sobre a doença e a internação. Fui visitá-la no hospital e demos muitas risadas. Um ano depois ela morreu, fui ao velório e me recusei a vê-la no caixão. Quero me lembrar da minha amiga e não do corpo dela.
Sem me dizer diretamente, sua mãe insinuou que ela havia descoberto um caso do marido.
Às vezes me lembro de sua última ligação. Ela estava estranha, como se quisesse me contar alguma coisa. Disse que tava fazendo terapia e tomando remédio para depressão. Pensei que fosse pela doença, mas talvez estivesse enganada.


A infelicidade é feita de um conjunto de fatores, que cabe a cada um identificar.
No caso dela, era uma criação repressora; um marido castrador; uma personalidade reprimida e submissa; um desconhecimento de si mesma; a ausência de coragem; o comodismo e o medo. O medo de ir contra a mãe; de questionar o casamento; de dizer não e de pedir.
É claro que ela era feliz entre uma infelicidade e outra, mas deveria ser o contrário.
Ser infeliz entre uma felicidade e outra!

Existem algumas teorias das quais eu comungo, que afirmam que as doenças são geradas em nosso campo vibratório de energia. E sempre me pergunto que tamanho de tristeza pode ser essa que faz uma pessoa gerar uma doença que destrói toda sua capacidade de reação imunológica, quase como uma desistência da vida.

Por tudo isso, vivam suas vidas; tenham coragem; lutem para se descobrirem; sejam verdadeiras com vocês mesmas; provem da vida com a boca cheia, com gulodice. A vida é um presente e você só vai ser essa pessoa agora!



6 comentários:

ricardopelin disse...

Sensacional este texto. Não poderia ter sido escrito se não tivesse sensibilidade e amadurecimento pelas relações humanas.

Manoel João disse...

Parabena pelo seu blog, e parabéns pelo texto. Um texto com muita sensibilidade e muito senso de racionalidade. Vou visitar sempre. Um abraço....

Unknown disse...

Saber gerenciar as emoções é uma das grandes habilidades humanas que poucos sabem fazer e que faz a diferença para obter uma vida saudável e equilibrada. A maioria das doenças do século XXI são originadas pela baixa imunidade no organismo decorrentes de uma vida desregrada à base de uma má alimentação, sedentarismo, vícios (álcool, drogas, cigarros, etc.), horas excessivas de trabalho (exposição, posturas corporais - horas extras), e outros malefícios do estresse, tristeza e depressão. A medicina alopática trata da patologia, a causa dos sintomas nem sempre pode estar relacionada ao estado emocional. O diagnóstico só pode ser feito pelo médico psiquiatra ou registrado pelo Conselho Regional de Medicina, regulamentado e ativo. O médico poderá encaminhar para acompanhamento psicológico se achar que há necessidade, como também para sessões de terapias de acupuntura. Todos esses tratamentos são realizados, acompanhados, diagnosticados e encaminhados pelo médico registrado.
As doenças são sinais que algo no corpo não vai bem, o cérebro envia mensagens inteligentes o tempo todo e nem sempre são agradáveis. As doenças são mecanismos de proteção por incrível que pareça. Exemplo: quando você esta triste por não querer perder aquele relógio que sumiu no cinema. Quando chorou, o seu cérebro automaticamente aciona um sistema de proteção, mas esse sistema provoca dor de cabeça. A dor é um mecanismo de alerta. Um sinal que algo não vai bem. A tristeza é um sinal que algo em você não esta bem, algo em seu interior não esta bom, esta mal resolvido. O seu cérebro não conseguiu solucionar. O que esta armazenado no seu inconsciente não foi solucionado. No seu consciente foi 50% resolvido, mas a outra parte não foi solucionada. É mais ou menos assim que funciona a programação. Ela pode melhorar se você colaborar com afirmações positivas. A forma como você pensa e afirma, pode fazer uma grande diferença.
Forte abraço.
Fabiana Barbosa
Psicanalista
www.polimentodoser.com.br

Edileine Carvalho disse...

Obrigado Ricardo. Bjs

Edileine Carvalho disse...

Pretendo escrever aqui as coisas que sinto; como eu as vejo e se por acaso discordar, comente, se coloque, é só assim que as coisas são reformuladas. No debate. Bjs.

Edileine Carvalho disse...

Oi Fabiana adorei seu comentário profissional; já vi que você vai ser importante pro meu blog. Meus posts são sempre e apenas analises muito particulares de como eu vejo a vida. Conto contigo. Bjs