quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

MULHERES BRUXAS



Por milhares de anos, nós, mulheres sofremos diversas formas de violência; violências físicas e castradoras. Mas entre todas as formas de violência, a psicológica tirou de nós a nossa magia. E que me desculpem os simplistas, mas a magia a que me refiro vai além do arquétipo da maternidade idealizada.
Fomos no percurso da história sendo transformadas em modelos sociais do que os homens acreditavam ser pertinentes aos nossos papéis (e dos quais as mulheres reiteraram).
  • Mães
  • Esposas
  • Amantes submissas
  • Educadoras
  • Prostitutas (mantidas em segredo)
  • Avós
  • Donas de casa
E agora, além das “qualidades” anteriores...
  • Empresárias de sucesso
  • Excelentes amantes
  • Donas de corpos esculturais
  • Castas na rua e putas na cama
Capazes de realizar dezenas de tarefas ao mesmo tempo sem cansar.
Nos tornamos, finalmente, a MULHER MARAVILHA!


O pior é que acreditamos nos papéis, nos títulos e nos esquecemos da nossa magia interna. Por que antes de sermos ou assumirmos qualquer destes papéis somos mulheres; seres especiais. Nós sangramos todo mês; oscilamos como a maré; geramos outro ser; nossos seios produzem comida; temos uma intuição natural sobre algumas coisas; temos uma sensibilidade as coisas a nossa volta; cuidamos; possuímos uma compaixão inata... Perder nossa essência feminina no decorrer da vida foi uma grande agressão.


Conheço algumas mulheres que entraram em depressão profunda por volta dos 60 anos mais ou menos quando perderam a função a qual se debruçaram por toda a vida. Elas cresceram; casaram; cuidaram dos filhos; cuidaram da casa; do marido; viu os filhos casar e ter seus filhos; cuidaram dos netos, que também cresceram e de repente se viram sozinhas. Todos se foram.
Ela fez um excelente trabalho; mas agora ficou apenas consigo mesma.
E o que restou foi o vazio.
A falta de função.
A nossa geração tem como alento a profissão, a carreira; mas é importante que isso não se transforme numa função. É importante que não se perca a magia.
Você pode assumir tudo isso (e dar conta), mas não pode virar só isso.
Tem que ter tempo para se perceber como mulher; para fazer coisas para si mesma; tempo para namorar; tempo para educar os filhos por amor e não por função; tempo pra viver seus sonhos, seus objetivos; que podem não ter compatibilidade nenhuma com as funções que te disseram que você teria que assumir.
Precisa ter em mente o momento onde todos estarão longe e que você vai se deparar consigo mesma.
Como você vai lidar com esse momento?

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